Fiquei refletindo sobre o dilema da internet. Vilã ou mocinha? Aproxima ou afasta? A resposta eu já sabia, eu sempre soube.
Vejo a
internet apenas como uma ferramenta, quem decide como usá-la somos nós. Eu,
particularmente, me afasto das pessoas. Eu, por mim mesma, sem precisar de
nada. Sempre fui assim. Sou acostumada a ver as pessoas irem, e a deixa-las ir,
sem ressentimentos, sem saudades, sem nada, apenas com a satisfação de
guarda-las na lembrança.
Não sou
de falar, na maioria das vezes sou apenas ouvinte. Ouço histórias de amor, de
saudade, de tristeza, e as guardo comigo, sou como um diário humano, que recebe
depoimentos de muitas pessoas, sei muito de muita gente, e elas não sabem nada
sobre mim. Realmente não tem muito o que saber, não vivo uma vida de agitação,
badalação e pegação. Quando me reúno com amigos (o que não acontece com
facilidade, pelo fato de eu não comparecer) sou a que nunca tem nada para
contar.
Não me
vitimo-o por isso, é uma escolha minha. Nunca curto festas, não tenho dinheiro,
e não vejo necessidade de sair beijando cada par de calça que aparece na minha
frente. Não sei ser simpática, nem fingir que gostei de algo ou alguém. Sou
ótima em inventar desculpas, mas já não preciso delas. Eu gosto de pessoas,
gosto de estar com elas, gosto de ouvi-las, mas isso não significa muita cosia.
Poderia
dizer que tenho preguiça das pessoas, mas não tenho. Poderia inventar um certo
medo de ficar isolada, sozinha, deslocada, mas não é o caso. Isso até que
acontece, fico deslocada, mas fico porque quero. Eu me distancio, eu afasto, eu
abro caminho para que as pessoas saiam da minha vida com a mesma velocidade que
entraram. Não pense que eu as esqueço, ou que eu gosto de não as ter comigo,
pelo contrário, eu gosto muito, eu sinto muito, eu as quero comigo, mas não
acho justo isso. Nem eu me entendo, então não espero que você entenda.
É muito
confuso isso de não sentir saudades, adoro recordar o que já passou mas parece
que não sei ser intensa como os demais. Não tenho magoa por ter “perdido”
alguém, e como eu poderia? Não sou aquela nas fotos com 200 pessoas, tampouco
aquela que está comemorando mais um mês de namoro nas redes sociais. Não estava
naquela noite de meninas, nem no show brega de alguém que nunca ouvi falar.
Dificilmente vou estar no point da praça, nem mesmo na sorveteria rodeada de
amigos. Estarei em casa, com meus livros e minhas músicas, provavelmente não
irei atender o celular porque sempre o perco por algum canto do meu
aconchegante quarto, que aliás, não condiz nem um pouco com a minha idade. Não
sou a “moça de família que só sai com os pais” por opção, afinal saio com eles
porque eles me dão teto, e enfim tenho de recompensar, mas não porque eu quero,
é meio que uma obrigação, e ainda assim costumo ficar em casa em vários dos
passeios familiares.
Meus estimados colegas e minhas
primas, já não me chamam mais para nada (o que é um alivio, pois descanso minha
criatividade) não sei se já sabem que não vou ou se é porque já repeti alguma
de minhas desculpas maravilhosas. Gosto de estar com eles, porém não tenho
folego para aturar tudo. Aquelas conversas que eu nunca sei como iniciam, e
sempre acabam do nada ou aquelas risadas deliciosas, que eu amo, nem aquela
zoeira, nada disso me petisca; apesar de adorar quando acontece.
A pobre
da internet é só mais um refúgio, e mesmo que ela não existisse as coisas
seriam iguais. Porque eu sou assim. Não sei por que sou, mas sou. A preguiça
das pessoas é tão grande que mantenho o bate-papo ativo para um pequeno e seleto
número de pessoas, o que não deve ultrapassar o número cinco. Tudo isso para
evitar aquela deliciosa conversa:
“Oi
Oi
Tudo bem?
Sim e você?
Bem também, o que faz de bom?
Nada”
Sim eu gostaria de viver mais
intensamente, só que da minha maneira. Talvez eu pareça bem bipolar, talvez eu
até seja. Acredite ou não vejo tudo de maneira lógica, mesmo que não pareça.
Meus amigos não contam comigo para festas, mas adivinhem? Todos sabem que vou
estar lá quando realmente precisarem, como uma válvula de escape, ou como a voz
da consciência, não sei ao certo. Estranho ou não, acredito que sou mais
verdadeira que metade dos parceiros deles, acredito que eles também concordem
comigo.
Enfim,
eu me afasto, mas não abandono. Não sei se é bom ou mal. Não sei se é certo ou
errado. Só sei que sou eu. Do meu jeito. Estranho. Sozinho. Independente. Como
um gato que só se aproxima quando quer e que prefere estar só na maior parte do
tempo. Essa sou eu. Eu por eu mesma….
tendo em vista que nós somos gêmeas, o nome do post deveria ser "nós por nós mesmas"... simplesmente me identifiquei!!
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